O mundo sem Jobs

É bem possível que um dia meu filho de 1 ano e meio me questione sobre quem criou o atual mundo em que vivemos. A resposta, certamente, será o motivo pelo qual escrevo este post. Steve Jobs, que teve uma infância e adolescência pobre, foi um empreendedor quase igual a tantos casos de sucessos no mundo. Se não fosse o "quase" Jobs não poderia ser tão brilhante. Exceção as regras, foi ele quem teve a ideia de criar o que se denomina de computador pessoal com facilidades de uso. E quando não criou, Jobs teve a capacidade de customizar o que existia criando as tendências para o mundo da tecnologia. Assim foi com o mouse que a Xerox tentou, mas Jobs transformou. Com os notebooks que a Compac inventou e que Jobs possibilitou que eles ficassem verdadeiramente portáteis. Somem a essa lista o iPod, iPhone, iPad, dentre tantos outros equipamentos. Mas seria Jobs realmente o senhor da criatividade disso tudo? Vale lembrar que quando não esteve na Apple, Jobs fez com que a NeXT se juntasse com a Pixar, da Lucas Films, produzindo a primeira animação 100% 3D por computador chamada Toy Story. Inovação? basta olharmos ou tocarmos para as telas dos equipamentos da Apple.
Enquanto todos se preocupavam com coisas chatas como planilhas eletrônicas, Jobs quebrava o gelo produzindo computadores com telas gráficas, coloridas, compactos e leves, divertidos e usáveis. Prova maior? Me lembro muito bem quando Jobs apresentou a primeira versão do iPad. Tablete? O que é isso? Enquanto alguns seguiam os alardes da concorrência, que dizia que o equipamento era grande (tela de 9.7'), a Apple se mantinha firme na sua proposta. Alguns até lançaram com telas menores. Mas logo a resposta veio: O iPad ditou a tendência dos tablets.
Agora todos são de telas de 10 polegadas.
Para quem quiser prova maior ainda basta se perguntar: Qual CEO que deixou o cargo e que no dia seguinte as ações da empresa caíram 5,2%?
Esse é Steve Jobs!

Mas e a partir de agora, como as coisas irão ficar? Será que Jobs deixa a Apple no momento em que a concorrência se aproxima? Medo da Google? Ou da Microsoft?
Apostaria minhas fichas que o senhor Steve vai descansar, cuidar de sua saúde. A Apple vai caminhar bem, o iPhone 5 vai mudar novamente as opiniões, assim como o iPad 3.

Para quem acredita em Jobs deixo aqui no final desse post um trecho de sua carta de renúncia.

"Eu acredito que os dias mais brilhantes e inovadores da Apple estão pela frente. E pretendo assistir e contribuir para esse sucesso em um novo papel."

Google anuncia compra da Motorola Mobility, o que muda?

Pagando cerca de 20 bilhões de reais a Google anunciou em 15 de agosto que a divisão Mobility da Motorola será controlada pelo maior grupo de buscas do planeta. O CEO da Google Larry Page disse em nota oficial que a compra visa proteger o sistema Android de seus concorrentes Apple e Microsoft.

Observam-se neste cenário algumas estratégias em telefonia móvel em torno da aquisição:

1) A guerra de patentes: A Google, frente a seus concorrentes, possui um número muito pequeno de patentes em telefonia móvel. Isto esta levando o Android a sofrer diversos processos judiciais da Apple e da Microsoft. Com a aquisição da Motorola a Google incorpora cerca de 17 mil patentes de telefonia móvel.

2) A questão do hardware: A lucratividade da Apple é explicada, em maior parte, pela venda do sistema e equipamento, mas seu maior lucro reside no equipamento. Isto, de certa forma, pode no futuro ser um fator complicação, principalmente porque a Apple pode crescer num ritmo acelerado demais fazendo com que a concorrência perca o bonde.

3) O acordo Microsoft/Nokia: No começo deste ano a Nokia firmou parceria com a Microsoft para usar, a partir de 2012, o Windows Phone em seus equipamentos. A parceria coloca um fim no sistema Symbiam da Nokia e insere a Microsoft no cenário de telefonia móvel.

4) Novo Android: Com a aquisição da Motorola a Google poderá aperfeiçoar ainda mais o sistema Android, principalmente porque a Motorola possui um know how com telefonia de muitos anos. Fica evidente que a Google irá investir na personalização do Android para os equipamentos Motorola. Apesar de Larry Page afirmar que a plataforma Android continuará aberta não significa que a Google irá se dedicar mais para o Android aberto.

Para nós consumidores a notícia é boa, pois pode aumentar a concorrência entre um mercado até agora dividido entre Apple e Android. Isto porque as fragmentações do Android (Samsung, LG, HTC, etc.) de certa maneira causam indecisão no consumidor no momento de optar pelo sistema. A única preocupação é que a insatisfação já manifestada por alguns parceiros do Android (Samsung, HTC, LG, etc.) possa causar a migração destes para outras plataformas, dando margem ainda maior para a Apple.

Enquanto isso não se resolve a Apple continua ganhando muito dinheiro com o iPhone e o iPad, ambos com novo lançamento previsto para o final deste ano.

Deixei o vídeo da Folha abaixo para complementar meu post.