quinta-feira, 29 de setembro de 2011

No mundo web a traição será eletrônica?

"Quem é homem de bem, não trai o amor que lhe quer seu bem."

A frase de Vinícius de Moraes poderia ser lembrada por aqueles que gostam de trair seu parceiro. Claro, se as coisas num relacionamento não andam bem, a possibilidade da traição pode aumentar. Se somarmos isso a facilidade que os sites de traição ofertam para os propensos, as vias podem chegar de fato.
Sem discutir os méritos do que efetivamente é traição - necessariamente porque na existência da dúvida provavelmente resida a traição - fazer é algo bem diferente do que pensar.


É nesta lacuna que os sites de traição entram, usando campanhas publicitárias no mínimo engraçadas, despertando desejos dos propensos, mesmo porque os infiéis de verdade já possuem suas rotinas e segundas preocupações.

Mas como será que as redes de traição (ops! isso lembra nome de filme) estão usadas no Brasil, após dois meses de operação?

A resposta é meio óbvia, claro com os típicos problemas brasileiros, apegando em meio a célebre frase de Tim Maia, apesar de eu não concordar com 100% dela: “Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita”.

Na Folha Digital de hoje, 29, em reportagem assinada por Rafael Capanema, os dois sites internacionalmente conhecidos e presentes no Brasil,  Ohhtel e Ashley Madison, apresentam alguns fatos interessantes. Primeiro, é que muitos homens estão fazendo se passar por mulher, já que o acesso das mulheres é gratuito em ambos. O serviço dos sites oferta venda de créditos para que os homens possam se comunicar com as mulheres interessadas em trair, não permitindo que homens se comuniquem com mulheres sem os créditos.
Outro fato interessante é que, apesar dos dois sites proibirem oferta de prostituição, e dizem que monitoram essas ocorrências, perfis de prostitutas estão usando a rede para ofertar serviços.
Por fim, a matéria publicada revela também um problema de segurança no sistema, que permitiria que fotos privadas dos usuários fossem vistas sem autorização.

Em número de usuários o Ohhtel, com campanha mais agressiva no Brasil, possui hoje 282 mil usuários contra os 130 mil do Ashley Madison. No mundo, o Ohhtel possui cerca de 2 milhões de usuários, dos quais 33% são mulheres e 67% homens. Já o Ashley Madison, com aproximadamente 10,5 milhões de usuários, é frequentado em 32% por mulheres e 68% por homens.

Sem querer colocar lenha nesta fogueira, muito menos de atrapalhar o negócio de outros, se você vai trair mesmo, as estatísticas de algumas cidades do Brasil são muito melhores que as da rede. Cidades como Porto Alegre, Águas de São Pedro, Santos, Recife, São Caetano do Sul, dentre outras, possuem cerca de 55% de mulheres.

Em tempo:

Ontem, 28, Jeff Bezos, da Amazon (foto ao lado), mostrou para o mundo seu novo Tablet baseado em Android, o Kindle Fire, pesando 414 gramas, com tela touchscreen de 7 polegadas, 8GB para armazenamento interno, processador dual core, e custando US$ 200. Segundo o Estadão de ontem, 28, a versão mais barata do iPad é vendida pelas loja da Apple por US$ 500. O menor Galaxy Tab, dentre os três modelos da Samsung (tem de 7 polegadas, 8.9″ e 10.1″) sai por US$ 349 e o mais caro, por US$ 499.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Social Production: O poder das redes dentro e fora das organizações

Estamos, sem dúvida alguma, numa era chamada de "social" alguma coisa. As redes sociais criam possibilidades a todo instante. Essas possibilidades surgem em nosso cotidiano tradicional, exemplo das formas de se produzir conteúdos, obter informações, compartilhar nossas angústias ou nossos desejos, até mesmo tomar decisões importantes, mesmo porque todos esses exemplos podem ser interdependentes, ou relacionados. Novidade? Aparentemente nenhuma, pois, mesmo na época das cavernas já haviamos descobrido que caçar em grupo é mais eficiente que caçar sozinho. Contudo, as novas plataformas (softwares e sistemas de redes sociais) além de permitirem a ampliação e compartilhamento, possibilitam o uso de múltiplas forma de comunicação, tais como o uso de som, vídeo, fotos e textos dinâmicos.
Rompemos limites? Não sabemos ainda, mas acredito que sim. As novas formas de percepção e de trocas, já não de limitam mais ao cotidiano de antes. Mesmo nas organizações, as redes sociais podem dar o poder que nós já temos, poder esse chamado de "Social Production", ou produção social.
A mesma facilidade que temos em compartilhar nossas angústias e desejos, as empresas também possuem. Obviamente que de outra forma, e com a ideia de que o "novo" é o presente, sobretudo porque o termo inovação poderá sim sofrer muito com as novas práticas, mas isso é outra discussão.

Crowdsourcing
O trabalho organizado de forma social, ou Crowdsourcing, rompe os limites da organização, atinge as redes sociais, e possibilitam, além do trabalho colaborativo, uma visão externa nas diversas fases da produção de produtos e serviços. A participação dos parceiros (clientes e fornecedores) nas etapas de pesquisa, concetualização, desenvolvimento, planejamento, criação, lançamento e aferição, podem trazer resultados tão sonhados pelos acionistas e gestores. Qual a diferença? Uma coisa é criar e depois buscar seus clientes na rede, outra coisa é criar com eles por meio das redes, pois, desta forma, eles já estão lá.
Criação tradicional


Criação no modelo Social Production

Fonte extraída da Mutopo.

O exemplo mais conhecido de trabalho social no Brasil é a da We Do Logos, empresa especializada da criação social de arte gráfica (logo, banner, camisetas, etc...). A ideia é simples, você contrata a empresa, dizendo quanto você quer pagar, dados de sua marca, prazo e o trabalho social entrem em ação com aproximadamente 15.000 profissionais, que vão concorrer entre si, disputando quem faz a melhor arte para seu negócio. Isso significa que ao ínves de contratar um profissional  você estará medindo o poder criativo da rede.

Para onde caminhamos? Existem muitos exemplos de como as redes sociais podem, de maneira efetiva mudar comportamentos.

Crowfunding é uma delas, que visa a capitação de recursos de forma colaborativa. Lembra da velha vaquinha? Temos um idéia, transformamos num projeto, em seguida buscamos recursos pelas redes. Mas alguém vai patrocinar? Hoje existem grupos de investidores ao redor do mundo de olho em ideias boas. Sem contar que o poder da rede, nossos amigos, conhecidos e parentes, podem sim dar o "start" no negócio.

Mas existe muito mais, como:

Distributed Knowledge: Tem como objetivo que uma comunidade de agentes pesquisadores resolva problemas de forma colaborativa (em grupo).

Crowd Creativity: Parte do princípio de se usar a rede para buscar uma ideia criativa em grupos de usuários especialistas em criatividade.

Open Innovation: Num mundo com informações na rede, aplicar 100% dos recursos internos em pesquisas pode ser um problemas, ao invés disso compra-se ou licenciasse processos de inovação (como patentes) presentes na rede.

Não podemos, nem devemos trabalhar sozinhos. Estamos conectados, estamos em rede!