Negroponte deu exemplos suficientes, em sua obra "
A vida digital", como os átomos poderão, e estarão, ao longo do tempo sendo transmitidos por bits.
Contudo, a obviedade com que tratamos o assunto parece não ser suficiente para que sociedade e governo encarem a discussão de maneira inteligente. O que me lucida a presente discussão está exposta de maneira tão clara que certamente muitos leitores poderão achar a discussão estranha, mas certifico desde já que não será.
Os problemas: Greve dos Correios e Bancos

Sem discutir a legitimidade das paralisações das entidades envolvidas, poderiamos questionar se elas trazem prejuízos para a sociedade como um todo, certo? Minha resposta é não. Neste exato momento devemos, de maneira madura, discutir sobre questões verdadeiramente relevantes, até porque o que estará sendo posto na mesa será algo intitulado desemprego. No bojo desta discussão devem estar claros quais são os produtos e serviços que são necessários serem executados e geridos por seres humanos e quais serão executados e geridos pelas tecnologias, sem esquecermos as habilidades necessárias que as pessoas terão que possuir para mediar as relações entre átomos e bits.
Vamos aos fatos
Humano, hadware e software em seu devido lugar: Entender as relações entre tarefas executadas pelos humanos e as executadas pelas máquinas é peça fundamental no processo pelo qual estamos passando. Existem várias tecnologias, exemplo das etiquetas RFID, que poderão por fim a uma série de funções ocupadas por humanos. A preocupação aqui não é quantos empregos serão perdidos, mas sim como devemos rediscutir o papel do ser humano, como agente de interação entre hardware e software, a fim absorver as tecnologias para potencializar a inteligência e a decisão. Não devemos acreditar que tarefas rotineiras, como diversos atendimentos, continuarão a ser desempenhados por seres humanos que não tem poder de tomada de decisão. 
Dinheiro eletrônico, bits, deve ter a mesma falicidade do átomo . Este assunto precisa ser debatido nas esfera de viabilizações para produtores de bens e serviços, facilitando o acesso. Claro, se recebemos nossos rendimentos eletronicamente, porque não continuamos com o mesmo processo eletrônico de pagamento? A maioria dos estabelecimentos possui alguma forma de recebimento eletrônico, mas é bom lembrar que as taxas de administração e uso de hardware e software necessários para o funcionamento ainda é para alcance de poucos. Partindo do principio da simplicidade, seria mais inteligente a existência de uma nuvem financeira, onde as movimentações de pequenos valores poderiam ser efetuadas de forma simples, com taxas mais baixas, promovendo a inclusão de transferência eletrônica para bens e serviços de pequenos valores. Os dispositivos (devices) poderiam ser diversos, como também os processos. Não importa se você está pagando via celular, ou computador, ou cartão, o importante é que o vendedor ou prestador do serviço irá interagir de maneira simples, recebendo de alguma forma, é claro com baixas taxas. O dinheiro só poderá ser eletrônico a partir do momento em que sua movimentação tiver a mesma facilidade do baseado em átomo. Uma reflexão: O uso de dinheiro eletrônico para pagamento de documentos baseados em átomos. Quem nunca se deparou com faturas em papel? Compramos, vendemos e negociamos eletronicamente, mas muitas empresas ainda usam o sistema de cobrança baseada em papel. Mas devemos pensar mais longe que o
 DDA (débito direto autorizado) ainda que este seja um pequeno avanço. 
E os Correios? São átomos controlados por bits?
Claro que as entregas de átomos continuarão, mesmo que estes, num futuro distante, possam ser transportados de forma diferente. Mas será que não estamos usando materiais, principalmente o papel, ainda em demasia? Claro que sim. As caixas de correios dos condomínios, a contar do meu, ainda estão repletas de informações e dados sobre processos que deveriam estar operando em nuvem, com digitalização, armazenamento e processamento suficientes para recuperarmos a qualquer momento de qualquer dispositivo. Se olharmos para os números de brasileiros que acessam as redes, e usam computadores, essa possibilidade se amplia muito.
Esperamos ou lutamos?
Minha dedução vem da idéia de que não podemos continuar a compartilhar com as longas filas em busca de dinheiro em átomo e de transações eletrônicas que deveriam estar na nuvem. Muito menos a usar interfaces existentes nos bancos, precárias do ponto de vista de interface humano computador. As tecnologias e as ciências que circundam a inteligência artificial evoluíram tanto que é inaceitável que a sociedade continue a aceitar os parâmetros estabelecidos sabe-se lá por quem. Devemos lutar para que os lucros exorbitantes dessas entidades se materializem em dispositivos que consiga interagir conosco de maneira mais amigável. Não apenas do ponto de vista funcional, mas também do ponto de vista de integração e de infraestrutura de serviços presentes na nuvem.
Como pensar então em tecnologia?
Do ponto de vista de viabilidade gosto muito de brincar com a idéia de que a tecnologia só pode ser viável numa tríade:
Pessoas: Como elas desejam e esperam usar serviços, produtos e processos.
Tecnologia: Como fazer tecnologia para que as pessoas usem.
Estrutura de negócios: Valores devem ser agregados às pessoas que usam a tecnologia e capturadas pelas empresas para geração de valor.